segunda-feira, 2 de março de 2015

Trabalho = Introdução alimentar? Eu achei que sim, então...

Voltei e voltei com uma postagem que havia preparado há 6 meses a trás, quando a criança completou 4 meses e eu tive um convite para voltar a trabalhar logo após o fim da minha licença maternidade... e aqui vai a antiga postagem nunca anteriormente postada!

"Enfim, fruta amassada e sopa de legumes para a criança!

Escrevo isso com muito pesar no coração e até chateada com tudo isso. Na verdade, é um sentimento dúbio, pois até então estava desempregada, me propondo a voltar ao trabalho de freelancer para poder ficar em casa, amamentando o pequeno até os 6 meses, quase que exclusivamente, e só lançando mão dos 'sólidos' para adaptação e uns momentos de necessidade. Já sabia que ia ser tempos de vacas magras, mas totalmente superáveis (pensamento positivo quase poliana sempre!).

Aí, surgiu uma oportunidade. Uma ótima oportunidade na minha área. Ótima por dois grandes motivos, além do óbvio de voltar a ter salário: são 6 horas diárias definidas, o que me propicia menos horas fora e um cronograma diário '''bom''' (com muuuuuuuuuitas aspas) para mim e para o filho, e será perto de casa, perto mesmo! Intervenção no território de favelas (com ou sem UPP) e perto de casa!

O trabalho em si já havia me ganhado, mas quando fiquei sabendo desses dois outros grandes motivos, subi pela paredes de felicidade. (Nem tanto, Julia, nem tanto!)

O grande problema: a introdução de alimentos não-mamados... Essa parte me pegou desprevenida. Tudo muito rápido, mas pelo menos com orientação e aval da pediatra, que inclusive sacou nossa rejeição a leite artificial e outros líquidos estranhos não-naturais. É, a gente tem disso e sofre com críticas... Dane-se! (E, segundo a cartilha de introdução alimentar da OMS, IA precoce é antes de 4 meses, então... joguem as pedras em outrxs! =P)

Como havia dito antes, eu e meu companheiro decidimos introduzir alimentos quando o Paco fizesse oficialmente 4 meses. O que aconteceu! Feito 4 meses e conversado com a pediatra, Matheus e eu fizemos a primeira maçã raspada para o filhote, que fez muita cara estranha, mesmo que aceitando enlouquecidamente depois! Foi uma primeira experiência muito engraçada... O planejamento era fazer duas 'papinhas' (odeio esse nome, parece que não é comida, blergh) por dia, o mesmo alimento por dois dias. Coisa normal.

Fizemos isso até 3a...

Depois disso, na própria 3a, fui agraciada com a notícia de fazer uma seleção na 4a...

Fui na 4a, demooorooou, o pai sofreu e o amassado de mamão foi dado.

Na 5a tinha que resolver as burocracias, pois na noite anterior mesmo, já sabia da boa notícia. Mais uma tarde não muito longa e a pêra raspada entrou para jogo. Aliás, segundo a avó, uma pêra argentina degustada, lambida, engolida, amada!

De novo, 6a... Esse dia foi looongo, looongo meeesmo. Me senti péééééééééssima... Tudo foi usado: leite ordenhado, sopa de batata e mamão. Meus pais se saíram muito bem mesmo! E o pequeno também! (Muito orgulhosa desse meu filho lindo que tá passando por isso tudo com vários sorrisos e bom-humor)

Ai... Morri de saudades... Semana passada, com a formação, foi feita uma primeira adaptação para saber melhor os horários do Paco, melhor forma de não deixar ele sem peito por muito tempo, melhor forma de tirar o leite que fica sendo produzido essas horas todas longe dele, melhor hora da fruta, melhor hora da sopa, etc etc etc... Todo dia me sinto mal por sair de manhã e deixar ele com o pai e depois com os avós... E chegar na casa deles para pegá-lo e voltar para casa... Uma maratona que, acredito eu, deixa todo mundo exausto, todo dia!

Exaustão emocional e fisiológica. Pois ele acorda todas as noites, duas vezes. E na segunda demora mais para adormecer. Parece que ele sabe o que o espera em algumas horas e quer aproveitar todos os momentos comigo, mesmo não sabendo que vai acabar comigo... Levanto, preparo café da manhã, me arrumo e 'acordo' o pequeno para mamar. Depois saio... Saio e só paro de pensar obsessivamente nele depois de ligar para o Matheus e depois para os meus pais. Com ele no subconsciente, pois o foco muda durante o dia de trabalho, volto ligando para casa dos meus pais. Chego, sento no sofá, num peito ele mamando enlouquecidamente e no outro eu me ordenhando para deixar um alento para ele para a manhã seguinte.

Adaptação é processo. Tudo é processo. Quem leu esse blog mais de uma vez sabe: para 'a pior mãe do planeta', me tornar 'a pior mãe do planeta' é processo!"

Depois de reler esse texto escrevo mais: pouca coisa mudou. Ainda fico com o coração na mão, ele ainda acorda (mais vezes inclusive) de noite, eu choro quando penso nele "longe" de mim. Porém, depois de 8 meses feitos, relaxei mais com a comida dele e ele tá bem. Tá comendo bem, não tem nem desenvolveu nenhuma alergia... Tá crescendo muito rápido e me vejo perdendo um monte. E continuo com o meu mantra: PRO-CES-SO! Tudo é processo... ai ai ai!