sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A sugestão do suco de laranja que partiu meu coração

Meu filho caga uma vez por semana! Não sei se ele tem prisão de ventre ou não... Ele antes sofreu com cólica e agora sofre de prisão de ventre. O pequeno ENCHE a fralda de cocô uma vez por semana. É um cocô fedidíssimo (velho), pastoso quase duro (velho) e com cor escura e forte (velho) - diferente desses esperados, que são meio alaranjado e cheio de pontinho branco.

Isso nos dá uma certa preocupação. Não sei se é porque ele produz poucas fezes ou se de fato o intestino dele não colabora. São algumas teorias que surgem na cabeça da pediatra dele, na minha cabeça e na do meu companheiro. Um dado importante: Paco é magro e, segundo aquele gráfico filho de uma égua na caderneta dele, ele aparece entre as linhas vermelha e preta (o que deixa a avó dele meio desesperada, que por consequência deixa a MIM meio desesperada)... Sinceramente, desencanei disso... Mas não do cocô!

Me deixa intrigada e preocupada, porque penso e sei que prisão de ventre é algo muito incômodo. Quem tem, sabe como é! Um cocô... (Só que sem cocô!) Dá para perceber que tem algumas semanas que ele sente um desconforto. Tem dificuldade para dormir às vezes e costuma ser na época em que está mais longe do dia em que conseguiu cagar. Tadinho...

Além dessa óbvia preocupação que me deixa cabreira, tem a tal da opinião alheia. A opinião alheia sobre o que você deve fazer sobre alguma coisa qualquer que seu filhx possa estar tendo é de matar! Vou ser justa: tem pessoas que são sensatas e que conseguem simplesmente dar a opinião sem impor ou dar uma sugestão baseada na relação entre teoria e prática (não confundir com pragmatismo, por favor!). Agora, quem costuma abrir a boca para falar algo faz de forma impositiva, bastante julgadora e com uma certeza que me dói!

Costumam completar a frase, qualquer frase (!), com: "eu fiz assim e deu certo", "na minha época se fazia desse jeito", "eu não entendo o porque disso agora", "um monte de teoria, teoria, teoria... o que conta é a prática!", "isso, na minha época, não fazia mal algum", etc etc etc... E, na maioria das vezes, não se conformam quando você faz diferente delas ou tem uma opinião contrária/oposta. Mas, pessoas são pessoas, né?! =P

Enfim, para ser sincera, não me incomoda, não me incomoda mesmo... (Só quando me enchem o SACO!) Já me incomodou mais. Quando você traz o seu filhx para casa, VOCÊ quer cuidar dele, por maior que seja o medo que ronde sua cabeça... Isso é fato! Então, qualquer coisinha que te falem costuma ser incrivelmente incômodo, até por que, a gente está muito frágil e insegura nessa época. Depois, tudo fica mais fácil e se está com mais certeza sobre como se quer criar e cuidar de filhx. Você relaxa!

O problema mesmo é quando a opinião contrária a sua vem de dentro da sua casa. =/

Acho que foi a primeira vez que de fato não gostei de algo que Matheus me disse. Acho que foi a preocupação com o cocô. Só sei que ele me veio com a frase: "acho que a gente devia tentar um suco de laranja lima para ver se solta". Caralho! Não! A gente concordou que não ia recorrer a qualquer outro alimento antes dos 4 meses, senão o peito, e sem auxílio da pediatra! A gente concorda que o leite materno é o melhor para o bebê até os 6 meses! Como, como, como assim você me vem com essa?!

Sério, eu fiquei chateada... Poxa vida... A gente não recorreu a fórmula quando fomos alarmados sobre o pesos do Paco, aí vamos recorrer a laranja lima por causa de um cocozinho? Poxa vida...

Não concordei... Não mesmo... Eu sei que muitas pessoas recorrem a chá e suco e que fazem uso da fórmula. Não julgo, não falo contra, não acho errado, nada disso, mas isso não é uma opção para mim. Não gosto de fórmula, acho ruim, costuma causar prisão de ventre e não se iguala nem de perto ao leite materno. Acredito que seja necessário em último dos últimos casos! Para mim, o melhor é incentivar a mãe a ordenhar muito e tentar estimular ao máximo a pega e a produção de leite.

Não recorri ao chá quando ele teve cólica. Não é bom dar água antes dos 6 meses. Gera saciedade e isso confunde o bebê. Além disso, o leite materno é o melhor alimento para ajudar a amadurecer o intestino e não causa cólica. Pelo contrário, com a pega correta no bico do peito, ajuda, pois o movimento intestinal faz com que o bebê solte os gases. A única coisa a qual recorri foi a simeticona, já que ela não fica no organismo. É eliminada junto dos gases.

Para a prisão de ventre, recorri duas vezes ao supositório de glicerina, por indicação da pediatra e porque o excesso de fezes estava incomodando por demais a criança. Senão, teria esperado a eliminação sem nada... O supositório também não é absorvido pelo organismo, é absorvido pelas fezes, que amolecem e saem. Às vezes nem se desfazer acontece. O simples toque provoca a cagada! Por isso, não precisa de suco de laranja lima para fazer soltar. Não precisa de suco de laranja lima para ser absorvido pelo organismo e não ser totalmente eliminado. Não precisa de suco de laranja lima para nada nesse momento da vida dele.

Para não usar o supositório, recorri a algo melhor: uma massagem depois do banho quentinho. Movimentos circulares, da direita para a esquerda com um óleozinho próprio para bebê! Cagou no dia que fiz isso! Ou seja, para mim, pessoa que é "a pior mãe do planeta", a tentativa foi acertada... =]

Moral da história: não deixe de tentar algo que acha você acha que é correto para sua cria... Sério! Insegurança é um sacooooooooo...!!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Os dias sozinha... com o pequeno... E ponto!

Bom, teoricamente, era para eu voltar ao trabalho essa semana, fim da minha licença-maternidade. Era para o Paco ir para casa dos avós, quase que todos os dias. Era para eu começar a introduzir uma sopinha de legumes que a pediatra me passou para as horas sem leite materno. Era para um monte de coisa tá diferente... Mas não!

Essa semana não voltei a trabalhar, pois o programa em que estava inserida passou por uma reformulação, e por reformulação lê-se: diminuição de equipes, pessoas sendo dispensadas, menos lugar para intervir, etc etc etc. Agora, preciso mendigar uns trabalhos para serem feitos em casa... Aliás, quem estiver precisando de tradução/versão Inglês-Português, revisão de Português e adaptação de artigo para ABNT, estamos aí! ;]

Enfim, por essas e outras, me encontro sozinha com meu filho por muitos momentos e dias da semana. Minha mãe me ajuda dois dias da semana (isso oficialmente, oficiosamente chega a 4, entre finais de semana), dias esses em que foco na tentativa de começar um estudo. Necessário para ver se dou uma mudada por aqui nas coisas e consigo um trampo melhor.

No entanto, pouco consigo fazer pela casa e por mim... Isso gera uma certa angústia! Mesmo se passando 4 meses, ainda não sei direito como fazer um cotidiano que funcione. É estranho! Não consigo de fato desviar minha atenção do pequeno para dividir com outras coisas quando estou sozinha. Ainda preciso de gente para funcionar melhor - ou funcionar e ponto!

Claro que não dá para apressar nada. Disso eu sei! Minha mãe desde o começo me fala que isso não cabe, tudo tem seu tempo. Sei também que tudo é processo (inclusive, tenho uma amigona minha que sempre me sacaneia, porque tudo para mim é processo, tudo mesmo!). É meio solitário, às vezes (muitas vezes, para ser sincera). E engraçado, pois tenho uma constante companhia, mas que não é uma companhia em si. É difícil definir... É filho e ponto! Alguém que precisa de cuidado e atenção... E ponto!

Não adianta, só consigo começar e terminar uma tarefa quando ele dorme ou quando mais alguém está comigo. Para você ver, comecei a escrever essa postagem na quarta e só tô acabando agora! (Vamos fingir que comecei a escrever a postagem a tempo de publicar no dia certo, tá?!) Quase três dias inteiros para postar... E olha que nem é uma postagem assim, de grande profundidade. Quer dizer, isso eu não sei.

Faz três semanas que não milito de verdade, que tô começando a estudar - mas que não tá passando de muita preparação para pouca ação -, que tento fazer um dia-a-dia de arrumação da casa... É pesado pensar isso tudo! Não que eu faça isso tudo sozinha, mas é mais pesado para mim, não adianta. Como eu tenho dito, as pessoas subestimam o que é dar de mamar de hora e meia em hora e meia. É uma exigência fisiológica, é um cansaço que dá de fato! É perda calórica!  Sem falar que acorda-se todo dia no meio do sono! O corpo sente... A mente sente... Tudo sente!


E as exigências não acabam... As que tu faz para si mesma, então! Essas, nem se fala! Oh, céus, porque eu penso?! Porque eu simplesmente não curto?! Por que não dá... É isso e ponto!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Isso não é uma democracia! Isso é uma família!

O título dessa postagem é uma máxima minha que roubei, desde que ouvi no filme "A Partilha" e constituí família (o filme vi tem anos, a família foi feita rapidíssima esse ano), falo e reproduzo sem parar. Por favor, não achem que eu seja a pior mãe do planeta por que serei uma mãe autoritária e que meu filho terá que fazer tudo que eu mandar sem me questionar. Por favor, NÃO!!! Eu sou a pior mãe do planeta exatamente pelo contrário: a permissividade! o.0

Mas vamos combinar que é mais ou menos isso: famílias não são democráticas, elas são famílias e ponto. Imbuídas de moralismos e conservadorismos que, por mais que queiramos evitar, ditam muitos pensamentos nossos meio às vivências do cotidiano. Inclusive, família é tão não-democrática que, eu como mãe (e provavelmente meu companheiro também), lutamos contra essa característica desde que Paco nasceu.

Eu e Matheus conversamos sobre a criação de Paco quase que todo dia! E, antes mesmo do Matheus (e do Paco), eu já tinha pensamentos próprios... Pensamentos que rechaçam não concordam com a ideia de que "criança não sabe e, por isso, cabe aos adultos ensinar", "criança não tem que querer", "eu [pessoa adulta] sei o que é melhor para você [pessoa criança]", "mãe tem que dizer não(!)", "uma palmadinha [cheia de 'inhas' na entonação] não dói", etc etc etc... Eu ODEIO cada uma dessas frases. Odeio MESMO!

(Nesse momento, com certeza vai ter alguém que vai pensar e até mesmo falar "quero ver só quando chegar a hora, se vai ser toda compreensiva" ou "iiihhh, essa criança vai ser sem limites, um tirano em potencial")

Meu companheiro fala que vivemos numa sociedade "adultocentrista". Um lugar onde focamos nx adultx, nas vontades dxs adultxs, na "sabedoria" dxs adultxs, nas decisões dxs adultxs... De fato, ela é uma sociedade muito adulta: tem respeito quase que nenhum pelas crianças. Criança não tem opinião! E, desde que tive a incrível experiência de trabalhar com crianças e adolescentes, me chateia muito saber que o que é incentivado é criarmos crianças - pequenas pessoas, futurxs adultxs - a reproduzir e fazer tudo sem questionar, sem refletir - ou só refletir quando queremos que reflita e sobre algo que já temos uma conclusão na qual queremos que elas cheguem.

Daí eu não entendo uma coisa: COMO A GENTE EXIGE UMA MUDANÇA DO MUNDO SE NÃO PERMITIMOS QUE AS CRIANÇAS QUESTIONEM E MODIFIQUEM A NOSSA FORMA DE PENSAR???

Carambolas!!! Será que não dá para compreender que se a gente quer que as crianças somente reproduzam os nosso pensamentos, elas vão fazer isso do início ao fim das vidas delas? Criança tem vontades, e não é a sua nem a minha vontade. Criança tem opinião, e não é a sua ou a minha opinião. Criança adquire conhecimento, pois tem uma sede absurda de curiosidade. Criança tem uma forma própria de investigar o mundo e tudo que a gente faz é limitar cada vez mais essa forma. Limitamos cada vez mais a vontade de conhecimento das nossas crianças.

Chego a conclusão de que, se a "Democracia" que queremos preservar é essa que impomos às crianças, de fato, esse troço aqui que eu construo não é uma democracia, é uma FAMÍLIA! E espero que uma das mais BÁRBARAS!!!