quarta-feira, 22 de julho de 2015

Hábito familiar? Não. Hábito do Capital em te fuder diariamente...

Meus dias não têm sido muito bons. Troquei de trabalho. Caí de paraquedas num outro lugar. Voltei a trabalhar 40 horas semanais, que na verdade são 45 horas e que na verdade são 55 horas contando o deslocamento diário. 11 horas por dia voltadas única e exclusivamente para o ato de trabalhar, me manter empregada, recebendo um trabalho.

Duas semanas, indo completar a terceira em breve. Dias estressantes, quase que insuportáveis. Trânsito sem igual, porque o RJ é isso, sinônimo de trânsito. Prefeito Dudu taí pra ferrar mais a vida de mães e pais, que só convivem com seus filhos na hora de jantar e dormir. Não é a toa que cada vez mais me deparo com mulheres e homens que tentam mudar um pouco isso, mudando de vida mesmo.

Daí, nessas três semanas, me deparo constantemente com uma porra de uma notícia me dizendo que meu filho tem que dormir às 20h. Tem que dormir pelo menos 11 horas por noite, senão seu desenvolvimento fica comprometido. Aí eu me pergunto: o desenvolvimento do meu filho não vai ficar comprometido se ele só conviver comigo 2 ou 3 horas por dia? O desenvolvimento dele não vai ficar comprometido se eu não deixar de atendê-lo durante seus despertares noturnos? O desenvolvimento dele já não está comprometido pelo fato de eu ter começado a trabalhar em seus 4 meses de vida? Ter feito uma introdução alimentar antes dos 6 meses por não produzir leite em quantidade?

Engraçado que na porra da notícia qual o vilão contra o sono cedo? Os hábitos familiares! Caralho! (só dizendo assim)

Os hábitos? Os hábitos familiares? Não é o fato de eu ter que ficar fora de casa das 7h30 às 18h30, chegar na casa dos meus pais, pegar a criança e só chegar em casa de verdade às 20h? É o meu hábito familiar o real problema...

Que porra de artigo é esse? Você não chuta cachorro morto não, cara! É desleal!

Hábito familiar é o cacete! O vilão dessa merda é essa sociedade capitalista, enlouquecida que finge que se importa comigo e com meu filho, que me faz passar a vida útil do meu dia em função de um emprego! Me fazendo mandar um grande foda-se pro meu filho. Essa licença maternidade ridícula.... Pelamadrugada! É cruel, perverso e cretino!

E aí me vem gente falar que é só querer... Querer não é poder! A gente não pode largar o trampo pra ficar com a cria, a gente não pode pedir prx chefx pra sair mais cedo pra poder curtir uma ou duas horinhas a mais x filhx, a gente não pode sair correndo pelas ruas do RJ pra fugir do trânsito (quase ninguém mora tão perto assim do trabalho)... Na real, a gente pode muito pouco u quase nada.

Mas o que a gente não pode mesmo é se deixar levar por um artigo que não mede as palavras e a realidade da nossa vida urbana.

Paro por aqui que a dor de cabeça já me chegou no útero!

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